Os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para o seu desenvolvimento global. É durante esse período que ela começa a explorar o mundo ao seu redor, a desenvolver habilidades motoras, cognitivas e sociais, e a ganhar autonomia nas atividades do seu cotidiano como se alimentar, se vestir e brincar. Contudo, às vezes, os pais e cuidadores podem perceber que a criança está enfrentando dificuldades em algumas dessas áreas. É nesses momentos que surge a pergunta: quando é o momento certo para procurar ajuda de um TO infantil?
Por aqui, vou abordar os sinais de alerta que podem indicar que algo no desenvolvimento da criança merece uma atenção especial. Ao identificar esses sinais, você pode buscar uma intervenção precoce por meio da TO Infantil, promovendo o desenvolvimento saudável e a independência de seu filho nas tarefas do dia a dia.
Por que eu devo procurar um Terapeuta Ocupacional Infantil?
E como saber qual profissional da infância procurar?
A resposta depende muito do tipo da divergência que a criança está enfrentando. Se a preocupação for relacionada às habilidades motoras, à coordenação, ou às atividades de vida diária como se alimentar ou vestir-se, o TO Infantil é o profissional indicado para fazer uma avaliação.
No entanto, há outras áreas do desenvolvimento infantil que podem requerer a atuação de outros especialistas, como fonoaudiólogos, que focam nas dificuldades de fala e linguagem, ou psicólogos, que trabalham com questões emocionais e comportamentais. Muitas vezes, a atuação é interdisciplinar, ou seja, os profissionais trabalham juntos para desenvolver um plano de intervenção global que aborde todas as necessidades da criança.
É importante que, ao identificar um sinal de alerta, os pais busquem uma avaliação inicial com um profissional que possa direcionar o melhor caminho a seguir. Muitas vezes, essa primeira consulta pode ser com o pediatra, que avaliará o desenvolvimento geral da criança e indicará o profissional mais adequado para dar continuidade ao acompanhamento.
O Papel da TO Infantil
Agora que você já tem um caminho mais direcionado, é importante que você compreenda o que eu, como terapeuta ocupacional infantil, faço. Meu foco principal é ajudar a criança a conquistar independência nas atividades de vida diária e atividades práticas de vida diária. Isso inclui tarefas como se alimentar sozinho, vestir-se, usar o banheiro, manipular materiais escolares, interagir com outras crianças e até mesmo participar de brincadeiras de forma inclusiva.
Eu trabalho com crianças que apresentam divergências no desenvolvimento, dificuldades sensoriais, transtornos de coordenação motora, dificuldades de comunicação, entre outros. Meu objetivo é facilitar o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas, sociais e sensoriais, utilizando atividades lúdicas e significativas, que fazem sentido no contexto diário da criança.
Agora, vamos aos sinais que podem indicar que é o momento de buscar uma avaliação mais profunda com um TO infantil.
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1. Divergências nas Habilidades Motoras Grossas
As habilidades motoras grossas envolvem o controle dos grandes músculos do corpo, permitindo que a criança role, sente-se, engatinhe, ande, corra e pule. Esses marcos de desenvolvimento geralmente ocorrem em momentos previsíveis, mas se você notar que seu filho está demorando mais do que o esperado para alcançar essas habilidades, pode ser um sinal de alerta.
Por exemplo, uma criança que ainda não rola aos seis meses, não engatinha aos 12 meses ou tem dificuldades para andar aos 18 meses pode estar enfrentando algum descompasso no desenvolvimento motor. Além disso, se a criança aparenta desequilíbrio constante, tropeça frequentemente ou evita atividades físicas que exigem esforço, como correr ou pular, isso também pode indicar uma necessidade de intervenção.
Nessas situações, como terapeuta ocupacional, trabalho para fortalecer os músculos da criança, melhorar o equilíbrio e desenvolver a coordenação motora. Através de brincadeiras e atividades específicas, ajudo a criança a desenvolver a confiança necessária para realizar tarefas que exigem movimento e controle do corpo.
2. Dificuldades nas Habilidades Motoras Finas
As habilidades motoras finas são aquelas que envolvem movimentos mais delicados e precisos, como segurar objetos pequenos, desenhar, manusear talheres e abotoar roupas. Esses são aspectos essenciais das atividades de vida diária, como segurar uma colher ou vestir-se sozinho.
Se você perceber que seu filho tem dificuldade em segurar objetos com firmeza, realizar movimentos precisos ou evitar atividades que exijam coordenação fina, isso pode ser um sinal de alerta. Algumas crianças, por exemplo, podem segurar o lápis de forma inadequada ou ter dificuldades em usar uma tesoura, o que pode afetar tanto suas habilidades motoras quanto seu desempenho escolar.
A terapia ocupacional infantil pode fazer toda a diferença nesse caso. Eu costumo utilizar atividades como desenhos, jogos de montar, argila e tarefas que estimulam a força nas mãos e dedos. Além disso, trabalho diretamente com as atividades relacionadas a rotina, ajudando a criança a dominar o uso de utensílios na alimentação e a vestir-se, para que ela possa ser cada vez mais independente.
3. Questões Sensoriais
Muitas crianças podem apresentar desafios relacionados ao processamento sensorial, ou seja, a maneira como percebem e respondem aos estímulos do ambiente. Algumas crianças são hipersensíveis, o que significa que reagem de forma intensa a sons, luzes, texturas ou toques. Outras podem ser hipossensíveis, ou seja, precisam de estímulos mais intensos para perceber o que está ao seu redor.
Se você notar que seu filho se recusa a usar certos tipos de roupas, evita ser tocado ou demonstra uma reação exagerada a sons altos, isso pode indicar uma dificuldade no processamento sensorial. Do outro lado, crianças hipossensíveis podem buscar estímulos intensos, como bater nas coisas, se balançar constantemente ou não perceber quando são tocadas suavemente.
Na terapia ocupacional, a abordagem de integração sensorial é fundamental para ajudar a criança a desenvolver uma resposta adaptativa a esses estímulos, permitindo que ela se sinta mais confortável e segura em seu ambiente. Durante as sessões, utilizo brinquedos e atividades que ajudam a criança a processar melhor os estímulos sensoriais, tornando as atividades da rotina e brincadeiras mais acessíveis e prazerosas.
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4. Dificuldades na Socialização e Brincadeiras
O brincar é uma parte essencial do desenvolvimento infantil. Ele promove o aprendizado, o desenvolvimento de habilidades sociais e a criatividade. No entanto, se seu filho evita brincar com outras crianças, tem dificuldades em compartilhar brinquedos ou prefere brincar sozinho por longos períodos, isso pode ser um sinal de alerta.
As dificuldades de socialização também podem estar ligadas a condições como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde a criança pode demonstrar comportamentos repetitivos, dificuldade em se comunicar ou evitar o contato visual.
Eu trabalho diretamente com as habilidades sociais durante as sessões de terapia, promovendo interações em grupo e ajudando a criança a compreender as regras sociais através de jogos e atividades lúdicas. Além disso, utilizo ferramentas como o PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Figuras) para ajudar crianças que têm dificuldades de fala a se expressarem de forma não verbal e participarem das brincadeiras.
5. Dificuldades nas Atividades de Vida Diária
Como mencionei anteriormente, um dos focos principais da minha atuação é promover a independência nas atividades de vida diária. Isso inclui atividades como se alimentar, usar o banheiro, se vestir e escovar os dentes. Se seu filho tem dificuldades para realizar essas tarefas de forma autônoma e demonstra resistência ou frustração ao tentar realizá-las, pode ser o momento de buscar ajuda.
Muitas vezes, as dificuldades nas AVDs estão relacionadas a divergências no desenvolvimento motor ou sensorial, ou até mesmo a questões comportamentais. Durante a terapia, ajudo a criança a desenvolver as habilidades necessárias para realizar essas tarefas com mais facilidade e confiança. Por exemplo, para uma criança com dificuldades motoras finas, ensino técnicas e utilizo utensílios adaptados que facilitam o processo de alimentação e higiene pessoal.
6. Divergências na Linguagem e Comunicação Não Verbal
A comunicação não se limita à fala. Antes mesmo de falar, as crianças utilizam gestos, expressões faciais e outras formas de comunicação não verbal para se expressar. Se seu filho não está fazendo contato visual, não aponta para objetos ou evita interações com outras pessoas, pode ser um sinal de divergência no desenvolvimento da comunicação.
Crianças com dificuldades na fala ou com dificuldades de comunicação frequentemente enfrentam desafios nas atividades do dia a dia e nas interações sociais. Nesses casos, eu trabalho para melhorar a comunicação da criança, utilizando sistemas de comunicação alternativa, como o PECS, que permite à criança expressar seus desejos e necessidades de maneira não verbal. Isso facilita não só a comunicação, mas também o envolvimento da criança em atividades cotidianas, como brincar e interagir com a família.
Quando Procurar um TO Infantil?
Agora que você está mais familiarizado com os sinais de alerta, pode estar se perguntando: quando é o momento certo para procurar um terapeuta ocupacional infantil? A resposta é simples: quanto mais cedo, melhor. A intervenção precoce é uma das chaves para ajudar a criança a superar seus desafios e alcançar seu potencial máximo.
Se você observou alguns desses sinais no desenvolvimento de seu filho, não hesite em buscar uma avaliação com um profissional de terapia ocupacional. Uma avaliação completa permitirá que eu entenda melhor as necessidades de seu filho e desenvolva um plano de intervenção personalizado, que inclua atividades significativas e relevantes para o contexto familiar e escolar.
O Impacto da Intervenção Precoce
Intervir precocemente faz uma enorme diferença no desenvolvimento da criança. Quanto mais cedo as dificuldades forem identificadas, mais rápido será possível trabalhar nas habilidades necessárias para que a criança se sinta mais confiante e independente nas atividades diárias.
Além disso, a intervenção precoce ajuda a prevenir o surgimento de outras dificuldades. Por exemplo, uma criança que apresenta dificuldades motoras ou sensoriais pode, sem uma intervenção adequada, desenvolver problemas emocionais, como baixa autoestima ou frustração. Ao tratar esses problemas logo no início, a criança pode construir uma base sólida para o seu desenvolvimento e aproveitar plenamente o seu potencial.
Importância da Intervenção Precoce na Criança | Auxilia no Diagnóstico
Quanto antes, melhor!
Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento infantil, e identificar os sinais de divergência cedo pode fazer toda a diferença na vida da criança.
Como terapeuta ocupacional, estou aqui para ajudar seu filho a atingir todo o seu potencial, promovendo sua independência nas atividades de vida diária e seu desenvolvimento integral.
Se você tem alguma preocupação com o desenvolvimento do seu filho, não hesite em procurar ajuda.
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