Sinais do Desenvolvimento

Diagnóstico de autismo: como é feito?

Quando as famílias iniciam sua jornada na criação de filhos, geralmente, surgem muitas dúvidas e preocupações sobre o desenvolvimento de suas crianças. Muitas vezes, é nesta fase que surgem as primeiras desconfianças sobre atrasos neste desenvolvimento e, até mesmo, de diagnósticos de autismo. Mas afinal de contas, como é feito o diagnóstico de autismo? Quais sãos profissionais envolvidos? Existe idade certa para este diagnóstico? E é sobre isso que vamos falar por aqui.

Como é feito o diagnóstico de autismo

O diagnóstico de autismo é feito pelo médico, mas na maior parte da vezes engloba um processo multidisciplinar que envolve observação clínica, testes padronizados, avaliação comportamental e análise do desenvolvimento da criança. Geralmente, é conduzido por uma equipe de profissionais de saúde, incluindo:

  • Pediatras
  • Neuropsicólogos;
  • Psicólogos;
  • Psiquiatras;
  • Neuropediatras.

Não existe um único exame laboratorial que possa diagnosticar o autismo; em vez disso, os profissionais confiam em critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que descreve os sintomas e critérios de diagnóstico para o TEA.

Entenda sobre DSM-5 e outros Termos do Autismo

Os profissionais avaliam o comportamento da criança em diferentes contextos, observando sua interação social, comunicação verbal e não verbal, padrões de interesse e comportamentos repetitivos. Além disso, os pais geralmente são entrevistados para fornecer informações sobre o desenvolvimento da criança desde os primeiros anos de vida. Essa abordagem integral permite uma avaliação abrangente e individualizada, levando em consideração as características únicas de cada criança.

Importante ressaltar que o autismo é uma condição do neurodesenvolvimento; não é uma doença, e, portanto, não é uma condição vinculada à cura. Tampouco, existe “remédio para autismo”, mas vamos falar melhor disto a frente.

Qual o papel dos exames iniciais do bebê em relação ao autismo?

Os exames iniciais realizados em bebês não são específicos para diagnosticar o autismo, mas fornecem indicadores precoces que levam à investigação mais aprofundada por parte dos profissionais de saúde.

Existem marcos do desenvolvimento infantil que irão direcionar os pais e profissionais sobre o que é esperado em cada faixa etária. Considerando esses marcos de desenvolvimento, sinais precoces devem ser observados nos primeiros meses de vida. Por exemplo, dificuldades na interação social, atrasos na linguagem e padrões de comportamento repetitivos podem ser identificados por pais e cuidadores atentos.

Alguns dos exames que são parte da rotina de cuidados da primeira infância incluem:

Triagem do desenvolvimento: Durante as consultas de rotina com o pediatra, os bebês são submetidos a avaliações do desenvolvimento, como o Teste de Triagem do Desenvolvimento Denver (Denver II), que avalia marcos de desenvolvimento em áreas como linguagem, motricidade fina e grossa, habilidades sociais e cognição. Desvios significativos desses marcos podem indicar a necessidade de uma avaliação mais aprofundada.

Triagem auditiva: A perda auditiva pode afetar negativamente o desenvolvimento da linguagem e da comunicação em bebês. Portanto, a triagem auditiva é realizada logo após o nascimento e, em muitos países, novamente durante as consultas de rotina nos primeiros meses de vida. Problemas auditivos não tratados podem levar a atrasos na linguagem que podem ser confundidos com sinais precoces de autismo.

Triagem visual: Problemas de visão também podem afetar o desenvolvimento da criança, especialmente a interação social e a comunicação visual. Exames oftalmológicos de rotina podem identificar problemas visuais que podem influenciar o comportamento e o desenvolvimento da criança.

Embora esses exames não sejam específicos para o autismo, eles podem identificar áreas de atenção que justificam uma avaliação mais detalhada por profissionais especializados, como psicólogos, neuropediatras ou terapeutas ocupacionais. É importante que os pais estejam atentos aos marcos do desenvolvimento e comuniquem quaisquer preocupações ao pediatra ou profissionais de saúde, para que a investigação adequada possa ser iniciada precocemente, se necessário.

Assista: Como identificar sinais de autismo em bebês?

Marcos do desenvolvimento infantil

Alguns dos marcos do desenvolvimento que os profissionais e os pais observam, logo na primeira infância, incluem:

Interesse social: Bebês tipicamente desenvolvem um interesse crescente em faces humanas, respondendo ao contato visual e sorrisos. No entanto, crianças com autismo podem apresentar falta de resposta aos rostos, evitando o contato visual e demonstrando pouco interesse em interações sociais.

Desenvolvimento da linguagem: A aquisição da linguagem é um aspecto crucial do desenvolvimento infantil. Atrasos significativos na fala ou ausência de gestos comunicativos podem ser sinais precoces de autismo.

Comportamentos repetitivos: Movimentos repetitivos, como balançar o corpo, bater as mãos ou alinhar objetos, podem ser observados em crianças com autismo, mesmo em tenra idade.

Ao reconhecer esses sinais precoces e procurar orientação profissional, os pais já devem iniciar intervenções precoces que maximizam o potencial de desenvolvimento da criança, ainda antes de receber um diagnóstico definitivo.

Quem pode dar o diagnóstico do autismo?

O diagnóstico do autismo deve ser realizado pelos médicos, os quais muitas vezes solicitam apoio e avaliação dos demais profissionais de saúde qualificados, especialistas e experientes na avaliação e tratamento de crianças com transtornos do desenvolvimento. Esses profissionais incluem:

Pediatras e Neuropediatras: Médicos especializados em saúde infantil, pediatras e neuropediatras podem diagnosticar o autismo com base na observação clínica, histórico médico e avaliação do desenvolvimento da criança.

Neuropsicólogos Clínicos: Especializados em avaliação psicológica, psicólogos clínicos podem conduzir entrevistas estruturadas com os pais, observar o comportamento da criança e administrar testes padronizados para avaliar o funcionamento cognitivo e social.

A colaboração entre esses e outros profissionais – não médicos, como fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais – é fundamental para garantir um diagnóstico preciso e abrangente, bem como para fornecer suporte contínuo à criança e à família ao longo do processo.

Portanto, embora um único profissional possa realizar a avaliação inicial e fornecer uma opinião preliminar, o diagnóstico formal do autismo é geralmente feito por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde. Essa abordagem colaborativa permite uma avaliação abrangente e integral, considerando múltiplos aspectos do desenvolvimento da criança e integrando diferentes perspectivas clínicas.

Assista: Como é feito o diagnóstico do autismo?

Com quantos anos se deve levar a criança para fazer a investigação sobre autismo?

A investigação sobre autismo deve começar em qualquer idade se os pais ou cuidadores tiverem preocupações sobre o desenvolvimento da criança. No entanto, a detecção precoce é fundamental para iniciar intervenções precoces e maximizar o potencial de desenvolvimento da criança. Recomenda-se que os pais estejam atentos aos marcos do desenvolvimento e procurem orientação profissional se observarem quaisquer sinais de alerta.

Em muitos países, programas de triagem estão disponíveis para crianças desde os primeiros meses de vida, permitindo uma avaliação precoce e encaminhamento para serviços especializados, se necessário. Idealmente, a investigação sobre autismo deve começar antes dos 2 anos, quando os sinais e sintomas do TEA tendem a se tornar mais evidentes.

O diagnóstico é multidisciplinar

Em resumo, o diagnóstico de autismo na infância é um processo complexo que requer uma abordagem multidisciplinar e individualizada. Reconhecer sinais precoces, buscar orientação profissional e iniciar intervenções precoces são passos importantes para promover o desenvolvimento saudável e a qualidade de vida das crianças com autismo e suas famílias. A terapia ocupacional desempenha um papel fundamental nesse processo, fornecendo suporte integral e personalizado para atender às necessidades únicas de cada criança.

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Beatriz Bell – Terapeuta Ocupacional © Todos os Direitos Reservados 2023.

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