Como Saber se Meu Filho Tem Disfunções Sensoriais e Como Ajudá-lo no Dia a Dia?

Você já percebeu que seu filho se incomoda com barulhos, evita certos tecidos ou tem dificuldade para se concentrar em ambientes movimentados? Algumas crianças reagem de forma intensa a estímulos comuns do dia a dia, como cheiros, luzes e sons, enquanto outras parecem não perceber sensações que normalmente incomodariam qualquer um.

Se esses comportamentos acontecem com frequência, pode ser um indicativo de disfunções sensoriais. Mas como diferenciar uma simples preferência pessoal de um verdadeiro desafio no processamento sensorial? E, principalmente, como ajudar seu filho a lidar com isso da melhor forma possível?

Neste artigo, vamos entender o que são disfunções sensoriais, como identificar os sinais, incluindo aqueles mais sutis, e estratégias para tornar o dia a dia da criança mais confortável e equilibrado.

Disfunções Sensoriais, o que são?

O cérebro processa estímulos o tempo todo – sons, luzes, cheiros, texturas e movimentos –, organizando essas informações para que possamos reagir de maneira adequada ao ambiente. Esse processo é chamado de integração sensorial e ocorre naturalmente na maioria das pessoas.

No entanto, algumas crianças apresentam dificuldades nessa organização, o que pode fazer com que tenham reações exageradas ou reduzidas a determinados estímulos. Isso significa que o mundo ao seu redor pode parecer caótico demais ou pouco estimulante, tornando as atividades diárias um verdadeiro desafio.

Existem dois tipos principais de dificuldade sensorial:

  • Hipersensibilidade: Quando a criança percebe os estímulos de forma intensa e exagerada, podendo evitar toques, sons e texturas.
  • Hipossensibilidade: Quando a criança precisa de estímulos mais fortes para perceber algo, buscando constantemente sensações como apertar objetos ou girar sem parar.

Embora alguns sinais sejam bastante evidentes, outras manifestações podem ser mais sutis e fáceis de passar despercebidas.

Sinais Mais Sutils de Disfunções Sensoriais

Algumas crianças demonstram reações extremas diante dos estímulos, mas em outros casos, os sinais podem ser mais discretos e aparecer apenas em situações específicas.

Por exemplo, uma criança hipersensível pode não demonstrar incômodo com ruídos no dia a dia, mas ficar extremamente irritada em um ambiente cheio de conversas e música alta. Já uma criança hipossensível pode não buscar ativamente estímulos intensos, mas demonstrar falta de percepção quando está machucada ou suja.

Se o seu filho apresenta alguns dos comportamentos abaixo, vale a pena observar se há um padrão repetitivo:

  • Dificuldade para se concentrar em locais com muitas pessoas.
  • Aversão a determinadas texturas de roupas ou calçados, mesmo sem explicação aparente.
  • Medo ou desconforto ao brincar em brinquedos de parquinho, como balanços e escorregadores.
  • Tendência a evitar contato visual ou toque físico prolongado.
  • Dificuldade para lidar com mudanças bruscas de ambiente ou rotina.

Se esses comportamentos estão presentes no dia a dia da criança e interferem em sua rotina, pode ser um indicativo de que ajustes são necessários para oferecer mais conforto e segurança no ambiente.

Lembrando que apesar que o mundo é sensorial, mas nem tudo corresponde a disfunção de integração sensorial e que sinais isolados jamais vão concluir um diagnostico

Como Ajudar seu Filho no Dia a Dia?

Se você identificou alguns desses sinais em seu filho, não significa que ele tenha um problema ou uma condição clínica específica. O mais importante é entender que cada criança processa o mundo de um jeito único e que pequenas adaptações podem fazer uma grande diferença na forma como ela interage com o ambiente.

1. Respeite os Limites e Necessidades Sensoriais da Criança

Nem sempre forçar a criança a enfrentar um estímulo que a incomoda é o melhor caminho. Se ela evita barulhos altos, tecidos ásperos ou texturas pegajosas, respeite suas preferências e tente encontrar alternativas mais confortáveis. Por exemplo, se etiquetas em roupas causam desconforto, escolha modelos que já vêm sem elas ou corte antes de vestir.

2. Adapte o Ambiente

Pequenas mudanças no ambiente podem ajudar muito. Se a criança tem hipersensibilidade a sons, tente criar espaços mais silenciosos e calmos para momentos de estudo ou descanso. Se ela precisa de mais estímulos táteis, ofereça brinquedos de diferentes texturas ou tapetes sensoriais para explorar.

3. Introduza Estímulos de Forma Gradual

Se o seu filho tem dificuldade com algumas sensações, como certos tipos de comida ou atividades físicas, tente introduzir esses estímulos aos poucos. Deixar que ele toque o alimento antes de prová-lo ou incentivá-lo a se movimentar gradualmente pode ajudar a reduzir a rejeição ao estímulo.

4. Dê Opções de Regulação Sensorial

Para crianças que precisam de mais estímulos ou que se sobrecarregam facilmente, incluir atividades regulatórias na rotina pode fazer toda a diferença. Algumas estratégias úteis incluem:

  • Brincadeiras com massinha ou areia para estimular o tato. {esse retirar}
  • Momentos de relaxamento em locais tranquilos para reduzir a sobrecarga sensorial.
  • Exercícios de movimento, como pular ou balançar, para ajudar no equilíbrio sensorial.

Cada criança reage de forma diferente, então vale testar e observar o que funciona melhor para o seu filho.

Quando Buscar Ajuda Profissional?

Muitas crianças apresentam pequenas sensibilidades a estímulos e, com pequenas adaptações, conseguem se ajustar bem. No entanto, quando as disfunções sensoriais começam a interferir na alimentação, no sono, na socialização ou na aprendizagem, pode ser um bom momento para buscar a orientação de um especialista.

Terapia Ocupacional pode ajudar a criança a desenvolver estratégias para lidar melhor com os estímulos sensoriais, tornando seu dia a dia mais tranquilo e confortável. Se o seu filho demonstra desafios significativos para se adaptar ao ambiente, um acompanhamento profissional pode fazer toda a diferença.

Por isso, entender como seu filho processa os estímulos sensoriais pode ser um grande passo para melhorar sua qualidade de vida. Se ele demonstra hipersensibilidade ou hipossensibilidade em algumas áreas, pequenas mudanças na rotina e no ambiente podem ajudá-lo a se sentir mais confortável e seguro.

Caso as disfunções sensoriais impactem suas atividades diárias, buscar o apoio de um terapeuta ocupacional pode ser uma excelente alternativa. Com as estratégias certas, seu filho pode aprender a explorar o mundo de forma mais tranquila e confiante.

Se precisar de mais orientações, entre em contato comigo. Juntos, podemos tornar a rotina do seu filho mais equilibrada e feliz!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Beatriz Bell – Terapeuta Ocupacional © Todos os Direitos Reservados 2023.

Beatriz Bell – Terapeuta Ocupacional © Todos os Direitos Reservados 2023.

Contato

Local

Desenvolvido por:

plugins premium WordPress