Ao explorar informações sobre o autismo, nos deparamos com uma variedade de termos, como níveis de autismo, níveis de suporte, intensidade, graus ou gravidade. Esses termos são utilizados para descrever a diversidade de manifestações do transtorno, as quais variam conforme a condição de cada indivíduo.
Cada pessoa no espectro autista apresenta necessidades de apoio únicas, o que não apenas categoriza o nível de autismo, mas também indica o grau de suporte necessário, ou seja, de ajuda mesmo, para desempenhar as atividades do dia a dia. Compreender esses matizes é importante para fornecer o suporte adequado, especialmente no caso de crianças autistas. Isso implica personalizar as intervenções de acordo com as necessidades individuais de cada criança, reconhecendo a singularidade de sua experiência no espectro.
O espectro e os níveis de autismo
Antes de falar sobre os níveis de suporte do autismo, propriamente ditos, é necessário destacar que o autismo é considerado um espectro, que, segundo o dicionário Michaelis, quer dizer “[…] Conjunto ou série de elementos que formam um todo[…]”. O espectro engloba uma ampla variedade de características e níveis de dificuldade, refletindo a diversidade nas experiências e comportamentos das pessoas diagnosticadas com esse transtorno.
Pessoas dentro do espectro autista podem variar significativamente em suas habilidades de comunicação, interação social, interesses e comportamentos.
O espectro do autismo abrange três principais níveis de suporte, como definido no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Estes níveis ajudam a classificar a necessidade de suporte.
O que são os níveis de autismo?
Sendo assim, os níveis de autismo, também conhecidos como Espectro do Autismo, referem-se a uma classificação que busca descrever a intensidade dos sintomas e a necessidade de suporte de uma pessoa dentro do espectro autista. Como mencionado anteriormente, essa classificação é apresentada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e destaca a importância de reconhecer a diversidade nas experiências autistas.
Em resumo o nível de suporte 1, se refere a um nível mais brando em relação a necessidade de suporte que o autista necessita. Já o nível 2, se refere a um nível com maior grau de necessidade de suporte de outras pessoas e na sequência o nível de suporte 3, representa uma alta necessidade de suporte de outra pessoa, para as necessidades do dia a dia.
Veja, não significa ser um autismo mais “fácil” ou “difícil”, inclusive, é por este motivo que não se utiliza mais o termo “autismo leve, moderado ou grave”, uma vez que o autismo não é uma doença, mas sim, dentro de todas as particularidades que uma pessoa autista carrega, o quanto ela precisa de suporte de outras pessoas para realizar algumas atividades.
Entenda abaixo as características de cada nível de suporte:
Nível 1 – Requer suporte:
- Crianças no nível 1, geralmente apresentam impasses sociais notáveis, como interações sociais em dificuldade ou limitadas;
- Podem ter padrões repetitivos de comportamento e dificuldade em lidar com mudanças;
- Embora possam agir de maneira independente, podem precisar de apoio extra em situações específicas.
Nível 2 – Requer substancial suporte:
- Crianças no nível 2, exibem deficiências mais acentuadas em habilidades sociais e de comunicação;
- Podem enfrentar desafios significativos na adaptação a mudanças, exibindo comportamentos repetitivos mais evidentes;
- A assistência substancial é necessária para garantir seu bem-estar e integração social efetiva.
Nível 3 – Requer muito substancial suporte:
- Este nível é associado a deficiências graves em comunicação e habilidades sociais, muitas vezes desde a infância;
- Comportamentos repetitivos podem ser intensos e limitar significativamente a autonomia;
- Crianças no Nível 3 geralmente necessitam de suporte constante e especializado em vários aspectos da vida diária.
Personalizando a intervenção
Compreender o nível de autismo de uma criança é fundamental para personalizar as intervenções terapêuticas. Aqui estão algumas estratégias que podem ser adaptadas de acordo com os diferentes níveis:
Nível 1: Foco em habilidades sociais:
- Desenvolver programas que visem melhorar as habilidades sociais e a compreensão das nuances da interação.
- Incentivar atividades de grupo estruturadas para promover a prática social.
Nível 2: Comunicação aprimorada:
- Implementar estratégias que facilitem a comunicação, como o uso de sistemas de comunicação alternativa.
- Oferecer treinamento intensivo em habilidades sociais, com ênfase na compreensão de expressões faciais e linguagem corporal.
Nível 3: Suporte intensivo e personalizado:
- Desenvolver planos individualizados que abordam desafios específicos da criança.
- Treino das habilidades básicas visando desenvolvimento habilidades de aprendizado
Autismo e a terapia ocupacional
Terapeutas ocupacionais desempenham um papel fundamental no suporte às famílias de crianças autistas. Eles colaboram no desenvolvimento de estratégias para melhorar a independência funcional e qualidade de vida. Algumas intervenções podem incluir:
- Terapia de integração Sensorial: Estratégias sensoriais devem ser empregadas para ajudar a regular respostas sensoriais atípicas.
- Treinamento de Habilidades Motoras: Trabalhar no desenvolvimento de habilidades motoras finas e grossas para aprimorar a autonomia da criança.
- Integração Social:Facilitar a participação em atividades sociais adaptadas ao nível de conforto da criança.
- Treino de atividades de vida diária: proporcionar as habilidades específicas para maior autonomia e funcionalidade.
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A importância de uma abordagem integral
Cada criança no espectro autista é única, e a abordagem terapêutica deve refletir essa individualidade. Uma abordagem integral, que considere não apenas os desafios específicos do autismo, mas também os interesses e pontos fortes da criança, é essencial para promover o desenvolvimento. Além disso, a família também é alvo de cuidados, uma vez que fará parte de todo esse processo integralizado.
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Entendendo a classificação do AUTISMO | Porque existem os níveis de suporte
Contudo, compreender os níveis de autismo é o primeiro passo para oferecer o suporte necessário às crianças e suas famílias. Ao reconhecer as diferenças individuais, podemos personalizar as intervenções, proporcionando um ambiente de aprendizado e crescimento adaptado às necessidades de cada criança no espectro autista. A jornada pode ser desafiadora, mas com informação, compreensão e apoio adequado, cada criança pode alcançar seu potencial único.
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